quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Feliz Ano Novo



O Ano-Novo é um evento que acontece quando uma cultura celebra o fim de um ano e o começo do próximo. Todas culturas que têm calendários anuais celebram o "Ano-Novo". A celebração do evento é também chamada réveillon, termo oriundo do verbo réveiller, que em francês significa "despertar".
A comemoração ocidental tem origem num decreto do governador romano Júlio César, que fixou o 1º de janeiro como o Dia do Ano-Novo em 46 a.C. Os romanos dedicavam esse dia a Jano, o deus dos portões. O mês de Janeiro, deriva do nome de Jano, que tinha duas faces - uma voltada para frente e a outra para trás.

Celebrações modernas de Ano-Novo


1º de janeiro: Culturas ocidentais nas quais o ano começa em janeiro.
Em Nova Iorque a celebração mais famosa de Ano-Novo é a de Times Square - onde uma bola gigante começa a descer às 23 horas e 59 minutos até atingir o prédio em que está instalada, marcando exatamente zero hora (00:00:00).
No Rio de Janeiro a celebração mais famosa é a dos fogos de artifício em Copacabana. Milhares de cariocas e turistas juntam-se nas ruas à beira-mar e nas praias para assistirem ao interminável espectáculo, que começa prontamente à meia-noite do novo ano.
Em São Paulo a Avenida Paulista é o palco de atrações e queima de fogos. Em 31 de Dezembro de 2005, a festa reuniu mais de dois milhões de pessoas.
Na Escócia há muitos costumes especiais associados ao Ano-Novo - como a tradição de ser a primeira pessoa a pisar a propriedade do vizinho, conhecida como first-footing (primeira pisada). São também dados presentes simbólicos para desejar boa sorte, incluindo biscoitos.
Em muitos países, as pessoas têm o costume de soltar fogos de artifício em suas casas, como é o caso do Brasil, dos Países Baixos e de outros países europeus.
Muitas pessoas tomam decisões de Ano-Novo, ou fazem promessas de coisas que esperam conseguir no novo ano. Elas podem desejar perder peso, parar de fumar, economizar dinheiro e arrumar um amor para suas vidas.
Em países de língua inglesa, cantar e/ou tocar a música Auld Lang Syne é muito popular logo após a meia-noite.
No antigo Egito, há 3750 anos antes de Cristo! A estrela Sirius alinhava-se com a estrela Canopus no rumo Sul ao centro da Via-Láctea; exatamente à zero-hora sobre as Pirâmides de Guiza.
O calendário egípcio deu lugar ao cristão. O primeiro minuto de janeiro, abre-se a janela do Ano-Novo! *** Orion * Sirius. Até os dias de hoje.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre

A Verdadeira História de papai Noel


Papai Noel com bochechas rosadas e sorriso bonachão nasceu num poema anônimo, publicado no New York Sentinel, jornal que não existe mais, no 23 de dezembro em 1823. Chamava-se São Nicolau, ainda, era um elfo baixinho, carregava seu saco de presentes com o qual descia chaminés abaixo. Ali já estava a costura de um santo católico com mitos nórdicos. Tem três pais modernos: o poeta anônimo, um mordaz cartunista político analfabeto e um desenhista publicitário conhecido pelas moças seminuas pin-ups que traçava.
De origem mesmo, Papai Noel é personagem histórico, São Nicolau. Cinco santos católicos têm este nome, um deles papa. Do original, São Nicolau de Bari, pouco se conhece. Nasceu em Lícia, que hoje fica na Turquia, em finais do século 3. Órfão de pais ricos, peregrinou pela Palestina e Egito, abraçou o cristianismo. Era uma época tumultuada, no final do governo de Diocleciano, quando seguir Cristo já era atividade popular mas ainda coisa perseguida. Jovem ainda, Nicolau sacramentou-se padre e foi feito bispo de Mira, sua região natal.
Ficou preso e provavelmente foi torturado por muitos anos até que ascendeu ao trono romano Constantino, em 306, que posteriormente cristianizou o império, em 312. Tempo de rancores – era preciso lidar com a turma que renegou Cristo para evitar a prisão; inventaram o sacramento da confissão por conta. Carecia também gerenciar o conflito entre o imperador e o papa Silvestre I, que disputavam o comando da Igreja. E, sobretudo, alguém precisava decidir o que afinal era Jesus Cristo.
Em 325 fez-se a primeira reunião de todos os bispos para afinar o discurso no Concílio de Nicéia. Nicolau era um dos defensores da tese da trindade – de que Cristo era Deus – e seu lado terminou por vencer o grupo que via-o como um profeta, um homem entre homens. Os bispos decidiram também que evangelhos entravam na Bíblia e afastaram o cristianismo do judaísmo original, abolindo o sábado como dia de descanso e adotando o domingo, incluindo-se aí uma nova data para a Páscoa.
No entanto, ele é um santo embaraçoso para a Igreja contemporânea – na Enciclopédia Católica oficial, põe-se em dúvida até se participou ou não do concílio. Nem todos os bispos foram, só a maioria. Mas o bispado de Nicolau incluía a Anatólia, local do concílio – por que estaria ausente duma reunião em casa? Só que é embaraçoso: os milagres lhe atribuídos são um tanto incríveis e a Igreja implica com o encontro da religião com crendice popular. Uma vez, por exemplo, São Nicolau caminhou pelas águas do mar para salvar um pescador que ia afogando.

Chaminés e presentes
Seu feito mais lembrado é a história de um pai muito pobre que via suas três filhas chegando à idade de casar e não tinha dinheiro para o dote; sem marido, teriam de prostituir-se para viver. Nicolau, com sua roupa vermelha de bispo rondou a casa à noite com três saquinhos de ouro; abriu a janela do quarto da primeira filha e depositou um; fez o mesmo no quarto da segunda e, como a terceira dormia na sala, jogou-o pela chaminé. O saquinho caiu dentro de uma meia que estava secando à lareira. Papai Noel, de barba branca, vestes rubros, com direito a meias e lareiros.
Apesar da ranzinzice católica, é um santo popularíssimo. Há mais igrejas erguidas em seu nome, na Europa, do que a cada um dos apóstolos individualmente. É o santo padroeiro da Grécia e da Rússia como o era de Nápoles, Sicília e Lorena em seus tempos de independência. Os restos mortais do santo foram transferidos para a Itália em 1087 e estão depositados numa igreja em Bari – daí São Nicolau de Bari. É padroeiro dos pescadores, dos banqueiros e dos penhores – o ícone das casas de penhora, três bolas, remetem às três bolsas de ouro.
É muito antiga a tradição de trocar presentes nesta época do ano. Na Europa latina, ficou por conta do 6 de janeiro, Dia de Reis. Mas na Europa do norte assumiu-se o 6 de dezembro, data da morte de São Nicolau. Foi Martinho Lutero, em sua luta contra os santos que instituiu o protestantismo, quem mudou isso. Em sua Alemanha natal, transferiu a data para o dia 25 e fez com que dissessem que era homenagem a Christkind, o menino Cristo. Na Inglaterra, assumiu no vácuo uma imagem pagã, um sujeito vestido com manto verde, coroa de ervas e barba castanha – Father Christmas, Pai Natal, que aparece como o Espírito do Natal Presente no Conto de Natal de Charles Dickens. Lutero fracassou na Holanda. O 6 de dezembro ainda é um dos parcos e mais importantes feriados nacionais.
Ainda hoje, com suas barbas brancas, o hábito vermelho e chapéu de bispo, atores vestidos de São Nicolau passeiam no início de dezembro por Berlim, Amsterdã, Copenhague e arredores.
De certa forma, Papai Noel é invenção holandesa: Sinter Klaas, São Nicolau em sua língua. Quando vieram assumir o controle de parte do nordeste brasileiro, em 1630, os homens de Maurício de Nassau trouxeram Sinter Klaas e mantiveram a tradição de que crianças deveriam ser presenteadas no dia de sua morte. Quando foram expulsos em 1654 e tomaram o rumo de Nova Amsterdã, na América do Norte, levaram seu dia sagrado – com o bispo generoso junto. E é aí que a fábula moderna começa a tomar sua forma pelas mãos de três homens.

Os dois primeiros pais de Noel
O poema foi publicado anônimo num jornal de Nova York em 1823. Chamava-se ‘Twas the night before Christmas – “Era a noite anterior ao Natal; em toda a casa nenhuma criatura movia, nem mesmo um camundongo. As meias, penduradas na chaminé com cuidado, indicavam a esperança da vinda de São Nicolau.” Durante muitos anos, foi atribuído ao teólogo Clement Moore mas, recentemente, decidiu-se que o autor é o poeta romântico Henry Livingstone, conhecido pelos versos ligeiros.
São doze estrofes, uma graça de poema para crianças, e muito do clima do Natal holywoodiano está ali. Descreve um pai de sono leve que, enquanto mulher e filhos dormem, percebe que algo aterrissou no telhado – então alguém desce pela chaminé, sai todo sujo de fuligem. “Seus olhos, como brilhavam! Suas rugas, quão felizes! Suas bochechas, como rosas, seu nariz como uma cereja e a barba branca como a neve … Ele era gordinho e bonachão, um elfo feliz.” O poema foi recebido com tal gosto nos EUA que não houve Natal em que não tenha sido republicado desde então.
Livingstone era de família holandesa chegada na região no tempo em que Nova York era Nova Amsterdã, menos de um século antes. São Nicolau persistia na tradição da comunidade holandesa, mas era só entre eles. A esta altura, Nova York já tinha a cara do caldeirão de culturas européias e negras que produziu a cidade mais cosmopolita do mundo. E, de alguma forma, São Nicolau tomou ali a forma de elfo.
Toda a Europa tem lendas de gente pequena que varia de todas as formas: leprechauns, duendes, elfos – gente boa ou má, mágica ou não. O elfo do poema é um tomte sueco, do tipo anão de jardim que inspirou Walt Disney em sua Branca de Neve, bonzinhos e corados. Não é coisa holandesa mas de alguma forma, na mistura novaiorquina, assim ficou no poema, quebrando a sisudez do bispo e estendendo o fascínio pelo santo.
Thomas Nast veio criança para os Estados Unidos. Seus pais, alemães pobres, não sabiam o que fazer com o filho incapaz de estudar – talvez fosse disléxico, pois inteligência jamais lhe faltou. Ficou anos na escola e jamais aprendeu a ler. Mas desenhava horrores. Quando a Guerra Civil norte-americana estourou, a imprensa local cresceu por conta da ansiedade de saber notícias dos filhos e maridos na luta ao sul. As cenas de batalha de Nast, encravadas em madeira para impressão nos jornais, fizeram com que sua carreira deslanchasse. Publicava, principalmente, na Harpar’s Weekly, que ainda circula hoje, mensal, com o nome Harpar’s Bazaar.
Seu primeiro Papai Noel saiu na edição do Natal de 1862. Tinha feito sua mulher ler e reler ‘Twas the night before Christmas para inspirá-lo. Outras imagens do santo já haviam aparecido aqui e ali, mas a habilidade de Nast lhe permitia captar o clima mágico do poema como nunca dantes. A lareira com as meias penduradas, o elfo bonachão, uma certa felicidade ingênua. Fumava cachimbo e não tinha mais chapéu de bispo, substituído por um gorro. (Qualquer semelhança com o saci, de pito e carapuça, não é mera coincidência – têm a mesma origem no imaginário.)
Nast também tomou certas liberdades. Fixou residência de Sinter Klaas, já americanizado para Santa Claus, no Pólo Norte – não seria de nenhum país. Providenciou-lhe também uma fábrica de brinquedos na qual outros elfos, como ele, trabalhavam. E, se São Nicolau sempre andara a pé pelas ruas ou a cavalo, Thomas Nast decidiu que renas voadoras puxando-lhe um trenó eram mais adequadas. Estas, ele deve ter pescado da lenda finlandesa do Pai Inverno, o velho que anda de casa em casa e, quando bem recebido, provê para que a temperatura seja amena à família. Por fim, Nast decidiu que nem toda criança seria presenteada. Só as boazinhas.
Thomas Nast era mordaz na caricatura dos candidatos à presidência que não apoiava – e elegeu todos com quem simpatizava. Foi num cartum seu que pela primeira vez apareceram o burro, representando o Partido Democrata e o elefante, dos Republicanos. Inventou também o circuito de palestras para clubes e associações que até hoje sustentam jornalistas conhecidos. Durante 24 anos, publicou 76 imagens de Natal. Ele, que jovem custou a dominar o inglês, morreu rico, embaixador dos EUA no Equador, em 1902.

O marketing de Natal
Os entalhes de Nast e o poema de Henry Livingstone criaram um dos primeiros fenômenos da propaganda. Na década de 1880, uma loja de Boston contratou um ator para vestir-se de Papai Noel – era um escocês que adorava crianças e atiçou filas dia após dia de pessoas que ouviam de sua presença e traziam seus filhos dos lugares os mais distantes, pegando trem, enfrentando horas de viagem. A notícia de que o truque funcionava atravessou o Atlântico e, na década seguinte, na Inglaterra, Pai Natal – de verde e moreno, igualmente bonachão – passou a bater ponto no comércio.
A Coca-cola adotou o Papai Noel em suas propagandas nos anos 20 do século passado – era só mais uma empresa atacando o filão conhecido e rentável. Mas custou a dar certo. A empresa, já grande e de escopo nacional, trabalhava com uma penca de agências publicitárias concentradas em Chicago. Em 1931, repassou sua propaganda de Natal para o estúdio de Haddon Sundblom, um dos mais talentosos ilustradores de sua geração, comparável a Norman Rockwell e Alberto Vargas.
Sundblom era um sujeito alto, 1,92m, dono duma voz grave do tipo que se impõe em quaisquer discussões. Pintava a óleo e acrílico, sua especialidade eram as nuances de luz num ambiente escuro. Baseava-se sempre em modelos vivos: sua mulher, seus filhos, vizinhos – quem fosse. Entre seus feitos, o sujeito no rótulo das aveias Quaker. E também, nos anos 40 e 50, pin-ups – a sensualidade, biquínis curtos para o tempo, moças curvilíneas. A impressão a cores na capa e contracapa de revistas como a Seleções de Reader’s Digest popularizava-se nesta época e os outdoors já seguiam espalhados pelo país.
Papai Noel era seu vizinho: Lou Prentice, um caixeiro viajante aposentado. Anos depois, as lendas fizeram parecer que Papai Noel adotara as cores da Coca-cola; paranóia, foi coincidência, vestiu-se sempre de vermelho. Mas o cinturão e as botas pretas foram obra de Haddon Sundblom. Como foi sua humanização definitiva – os elfos continuaram, mas apenas entre seus ajudantes. E o cachimbo, naquele Natal de 1931, foi substituído por uma garrafa pequena do refrigerante. As cores intensas, a luz aconchegante de lareira e, principalmente, o alcance da verba publicitária da Coca-cola que espalhou a imagem por todos os EUA, fizeram de seu Papai Noel o definitivo. É, até hoje, o “Papai Noel tradicional”. Só que havia carisma, ali – vários desenhistas a serviço da empresa haviam tentado sem sucesso.
Sundblom cuidou da propaganda natalina da Coca-cola até 1964, quando a verba migrou para a tevê. Após a morte de Prentice, Papai Noel passou a ser seu auto-retrato. Morreu em 1976 – não sem antes confessar à revista Rolling Stone que jamais conseguiu suportar o gosto do refrigerante.

A chegada ao Brasil
Influenciado pelas origens na Europa latina, a troca de presentes no Brasil colônia se dava no Dia de Reis, 6 de janeiro, como ainda acontece na Argentina. O comum era a oferta de comida, mas era a época que os escravos ganhavam novas mudas de roupa, também. O símbolo do Natal era o presépio, inventado provavelmente por São Francisco, quando criou a Missa do Galo.
Segundo Luís da Câmara Cascudo, principal folclorista brasileiro e contemporâneo de Sundblom, Papai Noel chegou ao Brasil na década de 1920, importado junto com o cinema e o rádio. Mas bem no início ainda era São Nicolau, com chapéu de bispo e hábito. No pós-guerra, com a popularização dos importados norte-americanos – plásticos, a edição brasileira das Seleções e Coca-cola, chegou o Papai Noel definitivo.
Mas não só no Brasil: também na Inglaterra, na França, na Espanha, Portugal, Itália e boa parte da América Latina. Na Inglaterra, a imagem do velho simpático substituiu a do Father Christmas, mas o nome permaneceu. De lá, os franceses importaram o apelido para chamá-lo Père Nöel – Pai Natal, literalmente. Espanha e Portugal tomaram emprestado do vizinho e puseram pai no diminutivo: Papá Noel, Papai Noel.

De toda forma, não é correto dizer que Papai Noel é uma invenção da Coca-cola ou que seja folclore de todo artificial. São Nicolau é santo importante e querido dos portugueses, Sinter Klaas andou por Pernambuco e, em seus tempos de elfo, teve a mesma origem remota do Saci Pererê. É, no fim, produto da geléia geral de misturas que deu origem à cultura das Américas, um dos primeiros frutos da globalização em seu melhor sentido.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

E se... não houvesse fronteiras?






Se não houvesse fronteiras para separar os países a população teria livre acesso a outros países e haveriam grandes mudanças na economia mundial.

Do espaço elas não são vistas, mas estão entre as criações humanas mais antigas e, desde sempre, foram impostas pela força e pelo poder, motivando disputas sangrentas, algumas irreversíveis. Elas reúnem e afastam povos. Mas e se, de repente, eliminássemos as fronteiras entre os países? Como seria o mundo sem estrangeiros?
A primeira idéia que vem à cabeça é um mundo de migrantes, onde os homens se deslocariam livremente em busca de melhores oportunidades e qualidade de vida. Segundo André Martins, professor de geografia regional e política da Universidade de São Paulo (USP), o nascimento dos países se deu por causa da agricultura. A fixação do homem na terra ocorreu há cerca de 10 mil anos. Em torno dos campos férteis foram naturalmente surgindo povoados, vilas, cidades e depois países. "Abolidas as fronteiras, veríamos grandes movimentos migratórios motivados, principalmente, pela busca de emprego. Pois, se no passado a posse da terra era necessária para prover a subsistência, hoje o capital e a oferta de trabalho assumiram esse papel", diz. Seria comum ver latino-americanos indo para os Estado Unidos e africanos em busca de emprego na Europa. Legalmente.
"É provável que sem fronteiras, em pouco tempo, estivéssemos todos falando o mesmo idioma e andando com dólares no bolso", diz Alexandre Rochman, coordenador do curso de relações internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política, em São Paulo. Não é uma situação tão irreal para quem mora nas grandes cidades, está acostumado às palavras em inglês e segue as oscilações da moeda americana, como se disso dependesse a felicidade.
A economia sofreria mudanças, cujas tendências já podem ser percebidas. De acordo com Rochman, a Área de Livre Comércio das Américas e a União Européia refletem esse espírito. "A formação de mercados comuns é uma forma de passar por cima das fronteiras econômicas", diz. Sem barreiras e taxas alfandegárias o comércio e o turismo seriam bastante beneficiados.
Se alguma integração vem ocorrendo do ponto de vista cultural e econômico, no âmbito político as coisas seriam diferentes. A ausência de fronteiras e o fim das nações exigiriam novo conceito de cidadania. "Hoje, o local de nascimento é determinante para estabelecer os direitos do homem. Seriam necessárias novas leis e organismos supranacionais para garantir os direitos e deveres desses cidadãos do mundo", afirma Rochman. A Comunidade Européia já discute uma proposta de Constituição comum.

"Teríamos de aprender a viver em uma grande nação com religiões, etnias e culturas diferentes", diz Martins. Para ele, se o fim das nações não for um processo de integração e de acordos internacionais, seriam mantidas as divergências que hoje motivam conflitos.
Se eliminar as fronteiras não colocaria ponto final às guerras, em alguns casos repararia uma situação artificial criada pela sanha expansionista e imperialista dos europeus, durante o século 19. É o caso da África e do Oriente Médio. "Nos dois casos, não foram levados em conta os interesses das populações locais, e por isso existem tantas guerras nessas regiões", diz Martins. Mas há quem veja na ausência das fronteiras um avanço rumo a uma sociedade baseada menos nos poderes de governos e instituições e mais nos direitos básicos do cidadão. Nada de políticos, nada de tribunais, nada de polícia, nada de ladrão. Parece letra de música do Raul Seixas, mas não é. Este é o mundo sem países, de acordo com Edson Passetti, professor do Núcleo de Estudos de Sociedade Libertária, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

"Viveríamos o ideal da vida em comum em harmonia", diz. (superinteressante-abril)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Por que o mês de fevereiro tem apenas 28 dias?


Explicação sobre o fato de o mês de fevereiro ter 28 dias.


No ano de 46 a.C. o imperador romano Júlio César promoveu uma reforma no calendário: um dia foi acrescentado a cada quatro anos – daí o ano bissexto – e os meses passaram a ter, alternadamente, trinta ou 31 dias. Nos anos bissextos, o mês de fevereiro, que já tinha 29 dias, ficava com trinta. Em 44 a.C., no segundo ano de vigência desse calendário Juliano, o Senado decidiu homenagear o imperador e propôs que o mês Quintilis – que tinha 31 dias – passasse a se chamar Julius (julho). Trinta e seis anos depois, em 8 a.C., o nome do oitavo mês, Sextilis, foi mudado para Augustus (agosto) em honra para o então imperador César Augusto. Mas, como o mês escolhido para homenagear Augusto tinha trinta dias, um a menos que o de Júlio César, optou-se por tirar um dia de fevereiro – que ficou com 28 dias – e adicioná-lo a Sextilis. Para manter o critério de alternância do Calendário Juliano – um mês com trinta, outro com 31 dias –, já que agosto ficou com 31 dias, setembro passou a ter 30 e assim sucessivamente.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Como surgiu a mensagem de SOS?


Surgiu quando uma comissão de países europeus fez algumas modificações no sistema de telegrafia, criando o chamado Código Morse Internacional.

Quando o inventor do telégrafo, o americano Samuel Morse (1791-1872), idealizou seu código de telegrafia, em 1835, buscou combinações de pontos de traços de fácil memorização. Quinze anos depois, uma comissão de países europeus fez algumas modificações no sistema, criando o chamado Código Morse Internacional. Entre as inovações, incluiu-se um sinal de socorro, fácil de ser lembrado em situações de emergências, mesmo por pessoas com pouco ou nenhum conhecimento de telegrafia. Era uma simples combinação de três letras, cada uma codificada por três sinais idênticos. No código Morse, apenas dois letras são representadas assim – três pontos para o S e três traços para o O. dessa forma, a escolha poderia ter sido OSO. Entretanto, os traços são sinais elétricos mais longos, exigindo mais energia para serem transmitidos, além de tornarem a mensagem mais demorada. Por isso, o código para chamar auxílio ficou sendo SOS. Sem pontuação. Interpretações da mensagem, como a sigla de save our ship – salvem nosso navio, em inglês –, são apenas truques de memorização posteriores à adoção do código

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Homens `emburrecem´ diante de loiras, diz estudo


Um estudo publicado na revista especializada Journal of Experimental Social Psychology sugere que os homens mudam de comportamento e "emburrecem" para se adequar ao estereótipo da "loira burra".


No estudo liderado pelo psicólogo social Thierry Meyer, da Universidade Paris-X Naterre, o desempenho intelectual dos homens cai quando eles são expostos a fotográficas de mulheres loiras.Os cientistas fizeram testes de conhecimento geral em homens em duas ocasiões, depois de mostrar a eles diferentes fotos de mulheres. Nas experiências, os homens que viram fotos de loiras tiveram resultados inferiores.Os cientistas acreditam que os resultados não foram causados por simples distração causada pelas loiras, mas sim porque, inconscientemente, eles teriam sido contaminados pelo estereótipo da "loira burra".


"Isso prova que as pessoas confrontadas com estereótipos geralmente se comportam de acordo com eles", disse Meyer. "Neste caso, as loiras têm potencial para fazer homens agirem de forma mais burra, porque eles `imitam´ inconscientemente o estereótipo da loira burra."Pesquisas anteriores já mostraram que o comportamento do ser humano é fortemente influenciado por estereótipos. Alguns trabalhos apontaram que as pessoas tendem a andar e a falar mais devagar diante de idosos.


Segundo os pesquisadores, o esterótipo da "loira burra" se intensificou, particularmente, no último século. Nos Estados Unidos, a imagem ganhou peso com a publicação do livro Os homens preferem as loiras, de Anita Loos, em 1925, que trata loiras como desfavorecidas intelectualmente, apesar da atenção privilegiada que elas despertam no mundo masculino.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

SUA MÃE FUMAVA ???



Grávidas fumantes reduzem a fertilidade de seus filhos homens
Efe, Londres - Oesp

Mulheres grávidas que continuam fumando durante o período de gestação reduzem a fertilidade de seu bebê, caso ele seja menino, já que com o hábito afetam um gene fundamental relacionado com a capacidade reprodutiva, de acordo com pesquisa conduzida por especialistas da Universidade de Aberdeen, na Escócia.Na literatura científica já havia registros de que as substâncias presentes no fumo afetavam a futura fertilidade dos fetos. Mas os pesquisadores desconheciam ainda o motivo.Agora, especialistas encontraram nos filhos de mães fumantes reduções significativas nos níveis de um gene, o DHH. Ele desempenha um papel crucial no desenvolvimento dos testículos, já que libera a molécula do mesmo nome (DHH).A substância, por sua vez, controla o crescimento do órgão reprodutor masculino. Isso tem conseqüências para a fertilidade dos homens. Segundo o relatório publicado pela revista científica Clinical Endocrinology and Metabolism, os testículos pequenos estão vinculados a um baixo nível de esperma. Para chegar a essa conclusão, os especialistas examinaram 22 fetos humanos de 11 a 19 semanas de gestação e observaram os níveis de 30 genes importantes para o desenvolvimento dos testículos. Eles não acharam nenhuma mudança significativa, a não ser no caso do DHH.Os fetos das grávidas que tinham fumado dez ou mais cigarros por dia tinham quase a metade dos níveis de DHH que os das que não tinham fumado. "É a primeira vez que, numa pesquisa, o gene DHH foi vinculado ao hábito de fumar da mãe e aos problemas de fertilidade", disse o pesquisador Paul Fowler.Ele ressaltou, no entanto, que o estudo ainda era "preliminar", mas que fornecia fortes indicativos para "futuros trabalhos que precisam ser feitos na área".

sábado, 10 de novembro de 2007

ALIMENTOS PARA COMBATER O MAU HUMOR



Dê adeus ao nervosismo, à ansiedade e ao cansaço. Coloque em sua dieta alimentos que têm o poder de estimular o funcionamento do sistema nervoso, acabar com a irritação e espantar a tristeza.
ALFACE: Ótima para amenizar a irritação. O talo tem lactucina, substância que funciona como calmante. Além disso, é rica em fosfato. A falta desse elemento no organismo, causa depressão, confusão mental e cansaço.
BANANA: Pode acreditar, essa fruta, tão comum em terras brasileiras, diminui a ansiedade e ajuda a garantir um sono tranquilo. Ela tem esses poderes por ser rica em carboidratos, potássio, magnésio e biotina. A banana também dá o maior pique porque possui vitamina B6, que produz energia.
MEL: Estimula a produção de serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e bem-estar.
ESPINAFRE: A verdura contém potássio e ácido fólico, que previnem a depressão. Além disso, espinafre tem magnésio, fosfato e vitaminas A, C e do complexo B, que ajudam a estabilizar a pressão e garantem o bom funcionamento do sistema nervoso.
FRUTOS DO MAR: Quer dar um chega prá lá na tristeza? Abuse das delícias que vem do mar. Elas têm zinco e selênio que agem no cérebro, diminuindo o cansaço e a ansiedade. Também são boas fontes de proteína e gordura saudável (Omega 3), essencial para o bom funcionamento do coração.
JABUTICABA: Essa frutinha contém ferro - que combate a anemia - e vitamina C, que aumenta as defesas do organismo. Suas vitaminas do complexo B agem como antidepressivos. Além disso, a jabuticaba é rica em carboidratos, que fornecem energia e, por isso, reanimam.
LARANJA: Rica em vitamina C, cálcio e vitaminas do complexo B, a laranja ajuda o sistema nervoso a trabalhar adequadamente. O cálcio, presente em sua composição, é relaxante muscular e combate o estresse. E essa fruta ainda é energética, hidratante e previne a fadiga.
OVOS: Os nutrientes dos ovos que garantem o bom humor são a tiamina e a niacina (vitaminas o complexo B), ácido fólico e acetilcolina. A carência deles pode causar apatia, ansiedade e até perda de memória.
UVA: Essa fruta tem boa dose de vitaminas do complexo B, que ajudam no funcionamento do sistema nervoso. A vitamina C e os flavonsides da uva são antioxidantes, que retardam o envelhecimento da pele e ajudam a combater o colesterol. Além disso, é energética.


Extraído do site: Um encontro com a Psique.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

GAMES ON-LINE


Nada melhor para passar o tempo do que jogos on-line. Melhor ainda quando são totalmente grátis. A Internet está cheio deles, dos mais simples aos mais complexos. Você pode jogar palavras cruzadas, o clássico tetris ou tentar retirar algum ser estranho de dentro de algum labirinto até viver uma outra vida no Second Life. Abaixo link dos 10 jogos eleitos como os mais viciantes. Acesse.


terça-feira, 6 de novembro de 2007

Flash Pops - Escudos de Futebol


Fantástico jogo onde você perderá alguns minutos tentando descobrir quais os times de futebol se referem as dicas dos escudos.

Basta clicar no link abaixo e jogar.

http://www2.uol.com.br/flashpops/jogos/escudos.shtml

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Leia: LULA É MINHA ANTA

"Lula é Minha Anta", do brilhante jornalista e escritor romancista Diogo Mainardi, com certeza o mais polêmico colunista da cena política brasileira, apresenta muitas crônicas sobre o escândalo do mensalão noticiadas em Veja da Ed. Abril. No livro, ele faz breves comentários sobre as crônicas publicadas em VEJA. O livro "Lula é Minha Anta", transccrito das páginas da revista, é um prenúncio de uma leitura inteligente e prazerosa. Há momentos em que o famoso "Oráculo de Ipanema" (como auto intitulou-se) parece antecipar os absurdos ocorridos no Governo. Aborda os períodos de março de 2005 à setembro de 2007.
Diogo Mainardi é o colunista mais lido de VEJA. Apareceu pela primeira vez nas páginas da revista na edição de 19 de setembro de 1979. Em 1980, o Diogo Mainardi passou no vestibular para a faculdade de economia da PUC. Cursou só um ano. Cansado do Brasil, mudou-se para Londres, onde se matriculou na London School of Economics. Antes de completar um ano nessa faculdade, elegeu como tutor Ivan Lessa, e abandou os estudos. Passou a ler tudo que Ivan Lessa indicava-lhe – do irlandês Flann O'Brien ao americano Terry Southern. Autor de quatro romances, dois roteiros cinematográficos e duas coletâneas de artigos publicados em VEJA, A Tapas e Pontapés e, agora, Lula É Minha Anta. Muito amigo de Paulo Francis e de Millôr Fernandes. Viveu durante catorze anos em Veneza, antes de se mudar pra o Rio de janeiro. Participa semanalmente do Programa Manhattan Connection na GNT.
SINOPSE:
Lula é meu. Eu vi primeiro. Agora todo mundo quer tirar uma lasca dele. Até os jornalistas que sempre o apoiaram. Chamam-no de ignorante. Chamam-no de autoritário. Como assim? Lula tem dono. Só eu posso chamá-lo de ignorante e autoritário. O resto é roubo. Roubaram Lula de mim. Falei tanto de Lula nos últimos anos que quase me sinto seu amigo. Tão amigo quanto Roberto Teixeira, acusado de favorecer uma empresa que fraudava as prefeituras petistas. Tão amigo quanto Mauro Dutra, acusado de desviar verbas do programa Primeiro Emprego. Tão amigo quanto Francisco Baltazar, acusado de negociar com o doleiro Toninho da Barcelona. Tão amigo quanto Paulo Okamoto, acusado de montar o esquema de arrecadação paralela do PT. Duvido que todas essas denúncias sejam verdadeiras. José Dirceu garantiu que os petistas não roubam. Ou melhor, ele garantiu que os petistas não "róbam", roubando, inadvertidamente, a língua portuguesa. Quem melhor definiu Lula foi o próprio Lula. Ele disse: "Não fui eleito presidente por méritos pessoais ou como resultado da minha inteligência". Eu, que sempre falei mal dele, fui obrigado a aplaudir. Ele realmente não foi eleito por méritos pessoais ou como resultado de sua inteligência. Há quem me acuse de ter motivos pessoais para amolar Lula.
ISBN: 9788501080707 / Editora: EDITORA Record / Número de páginas: 240 / Encadernação: Brochura / Edição: 2007

UM DIA SEREMOS VELHOS

imagem: Sebastião Salgado
Um frágil e velho homem foi viver com seu filho, nora, e o seu neto mais velho de quatro anos. As mãos do velho homem tremiam, e a vista era embaralhada, e o seu passo era hesitante. A família comeu junto à mesa. Mas as mãos trêmulas do avô ancião e sua visão falhando, tornou difícil o ato de comer. Ervilhas rolaram da colher dele sobre o chão.
Quando ele pegou seu copo, o leite derramou na toalha da mesa. A bagunça irritou fortemente seu filho e nora:
"Nós temos que fazer algo sobre o Vovô", disse o filho."Já tivemos bastante do seu leite derramado, ouvindo‑o comer ruidosamente, e muita de sua comida no chão".
Assim o marido e esposa prepararam uma mesa pequena no canto da sala. Lá Vovô comia sozinho enquanto o resto da família desfrutava do jantar.
Desde que o Avô tinha quebrado um ou dois pratos, a comida dele foi servida em uma tigela de madeira. Quando a família olhava de relance na direção do Vovô, às vezes percebiam nele uma lágrima em seu olho por estar só. Ainda assim, as únicas palavras que o casal tinha para ele eram advertências acentuadas quando ele derrubava um garfo ou derramava comida.
O neto mais velho de quatro anos assistiu tudo em silêncio. Uma noite antes da ceia, o pai notou que seu filho estava brincando no chão com sucatas de madeira. Ele perguntou docemente para a criança:
‑ "O que você está fazendo?".
Da mesma maneira dócil, o menino respondeu:
‑ "Oh, eu estou fabricando uma pequena tigela para Você e Mamãe comerem sua comida quando eu crescer".
O neto mais velho de quatro anos sorriu e voltou a trabalhar. As palavras do menino golpearam os pais que ficaram mudos. Então lágrimas começaram a fluir em seus rostos. Entretanto nenhuma palavra foi falada, ambos souberam o que devia ser feito.
Aquela noite o marido pegou a mão do Vovô e com suavidade o conduziu atrás da mesa familiar. Para o resto de seus dias de vida ele comeu sempre com a família. E por alguma razão, nem marido nem esposa pareciam se preocupar mais quando um garfo era derrubado, ou leite derramado, ou que a toalha da mesa tinha sujado.
As crianças são notavelmente perceptivas. Os olhos delas sempre observam, suas orelhas sempre escutam, e suas as mentes sempre processam as mensagens que elas absorvem. Se elas nos vêem pacientemente providenciar uma atmosfera feliz em nossa casa, para nossos familiares, eles imitarão aquela atitude para o resto de suas vidas.
O pai sábio percebe isso diariamente, que o alicerce está sendo construído para o futuro da criança. Sejamos sábios construtores de bons exemplos de comportamento de vida em nossas funções e lembre‑se:

UM DIA NÓS SEREMOS VELHOS

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

COMA CHOCOLATE




De preferência o amargo. Delicie-se com as recentes descobertas científicas que revelam: o alimento protege, sim, o coração, ajuda a prevenir o diabete tipo 2, reforça as defesas do corpo e, incrível, ainda pode auxiliar no controle do apetite.


É o que afirma a matéria da Revista SAÚDE é Vital, edição 290 de Outubro/07. Por Fábio de Oliveira – (Ed. Abril)


Realizado na Universidade Hospital Colônia, na Alemanha, o estudo revela que seu consumo rotineiro reduz os níveis da pressão arterial. O trabalho avaliou 44 pacientes entre 56 e 73 anos, pré-hipertensos ou no estágio inicial do problema. Durante 18 semanas parte deles consumiu 30 calorias diárias, ou 6,3 gramas de chocolate amargo, algo equivalente a um único pedaço de uma barrinha. Os demais participantes ingeriram o tipo branco. Aqueles ínfimos 6,3 gramas da versão de gosto mais acre derrubaram a pressão que o sangue exerce sobre os vasos — a máxima, ou sistólica, em 1,6 milímetros de mercúrio e a mínima, a diastólica, em 1 milímetro de mercúrio. Além disso, a prevalência da hipertensão — problema que acomete cerca de 1 bilhão de pessoas no globo e é responsável por milhares de casos de infarto e derrame — caiu de 86% para 68%. “A queda de cada 2 milímetros de mercúrio na medida da pressão máxima já diminui bastante o risco de morrer de AVC ou do coração”, assegura o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. No estudo alemão, provou-se ainda que tudo isso pode se dar sem alterações no peso e nas taxas de açúcar e gordura na circulação.
O segredo do chocolate amargo está na altísssima concentração de certos flavonóides, como as catequinas, substâncias de nome estranho encontradas no cacau. São elas que agem nas artérias, promovendo a queda da pressão. “Esses compostos elevam a produção de óxido nítrico, um vasodilatador natural”, explica Malachias, que é diretor do Instituto de Hipertensão Arterial de Minas Gerais, em Belo Horizonte. “O endotélio, a camada interna das artérias, fica mais flexível. Assim, o sangue passa por ali gerando menos pressão”, explica a nutricionista Vanderlí Marchiori, colaboradora da Associação Paulista de Nutrição.
Para que isso ocorra é preciso que o consumo do alimento seja diário. “Bastam de 30 a 40 gramas, ou quatro quadradinhos daqueles tabletes grandes”, recomenda Vanderlí. Ela dá outra boa notícia: o chocolate amargo não contribui para a subida do colesterol. “Os polifenóis impedem a oxidação do LDL, o tipo ruim da gordura”, explica. “Eles seqüestram essa molécula, formando um complexo solúvel que é eliminado pela urina.”
Uma pesquisa japonesa publicada no periódico americano Nutrition investigou o papel da procianidina, outro componente do chocolate amargo, no controle do diabete tipo 2. Roedores obesos e com o mal consumiram uma beberagem de cacau rica na substância. Passado um tempo, os níveis de açúcar no sangue dos bichos caíram. Segundo os pesquisadores, isso pode ter ocorrido porque as tais procianidinas melhorariam a eficiência da insulina, o hormônio que bota a glicose dentro das células. “Esse tipo de suplementação preveniu o diabete em camundongos obesos”, afirma à SAÚDE! Hirohisa Takano, um dos autores do trabalho. Pesquisas com o chocolate amargo cheio de flavonóides mostraram que a ingestão de 100 gramas diários poderia garantir o mesmo benefício aos humanos, algo que ainda requer mais evidências. Portanto, se você é diabético, é cedo para sair se empanturrando.
Na Espanha, uma pesquisa realizada na Universidade de Barcelona também focou sua mira nos flavonóides do cacau, mas dessa vez com o objetivo de avaliar sua ação no sistema imune de ratos jovens, principalmente em células do batalhão das defesas, como os linfócitos e os macrófagos. Os animais receberam uma dieta enriquecida com o alimento durante três semanas. Depois os especialistas chegaram à conclusão de que houve um aumento na atividade de certas áreas envolvidas com a imunidade. Isso se verificou com maior intensidade no timo, órgão situado no tórax e responsável pela maturação dos linfócitos T, nossos guardiões contra vírus e bactérias. “Descobrimos também que o cacau protege os neurônios dos efeitos dos radicais livres”, conta à SAÚDE! Emma Ramiro, líder do estudo. Mas e o chocolate com isso? “Ele é feito com massa de cacau, onde se encontram os flavonóides do fruto”, explica a pesquisadora. E repete o que todos os estudos já apontam: “Dentre todos os tipos, o chocolate amargo é o que mais contém esse tipo de composto. Assim, ele é o único que pode ter um bom impacto na saúde.”

Além de não deixar o organismo fraco e vulnerável, o alimento mantém o humor da gente em alta. Ele possui duas substâncias cujos nomes são uns verdadeiros palavrões: N-oleoletanolamina e N-linoleoiletanolamina. A dupla estabiliza as anandamidas, uma espécie de maconha produzida pelo nosso próprio cérebro. “Isso faz com que a sensação de bem-estar proporcionada por elas dure mais tempo”, explica Vanderlí Marchiori. Sem falar na fenilalanina e na tirosina, dois aminoácidos que são precursores da noradrenalina e da dopamina, outra dobradinha envolvida no estado de felicidade natural. Quer motivo melhor para curtir esse sabor amargo? Bom apetite!




CHOCOLATE AJUDA A EMAGRECER?

Pelo menos é o que se pode deduzir de um enigmático estudo escandinavo
Há algo de misterioso no reino da Dinamarca, mais especificamente no Departamento de Nutrição Humana da Universidade Real de Copenhague. Seu chefe, o médico Arne Vernon Astrup, conduziu um estudo em que avaliou uma propriedade pouco conhecida do chocolate amargo, a de promover a saciedade. Ou seja, aplacar a fome. Astrup participou do XII Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, realizado em agosto na capital paulista. Em sua exposição o especialista em obesidade deixou escapar alguns dados sobre sua pesquisa — e SAÚDE! estava lá, de ouvidos bem atentos. O dinamarquês dividiu voluntários em dois grupos. Um deles ingeria logo pela manhã uma pequena barra de chocolate amargo e o outro, a versão ao leite. “Quem comeu o tipo amargo consumiu menos calorias ao longo dos dias”, conta o endocrinologista Márcio Mancini, que coordernou a mesa da qual Astrup participou. Em bom português, parou, por exemplo, de beliscar entre as refeições. Por que será que o chocolate promoveu saciedade? A reportagem da SAÚDE! procurou Astrup, mas ele não esclareceu o mistério: “Sinto muito. Ainda não posso liberar os resultados, pois eles ainda não foram publicados”.
Aqui no Brasil, a nutricionista Vanderlí Marchiori já receita o chocolate amargo para quem precisa controlar o apetite. “Recomendo de 30 a 40 gramas para o lanche do meio da manhã”, revela. “Dar chocolate para esses indivíduos é algo transgressor.” Explica-se: é como se eles estivessem incorrendo num comportamento socialmente incorreto. Mas, no fi nal das contas, essa gente dá um basta nas guloseimas e passa a comer menos. O porquê desse efeito ainda é incompreendido. Existe a suspeita de que ele ocorra graças a substâncias do alimento que agem como as anfetaminas, suprimindo a vontade de comer. Vamos aguardar, então, mais notícias da Dinamarca.

OS TRÊS TIPOS Diferenças e semelhanças de um doce trio


AMARGO
Entram na sua composição as sementes de cacau, um mínimo de manteiga de cacau, pouco açúcar e nada de leite. Seu sabor peculiar se deve à maior quantidade de massa do fruto do cacaueiro. Uma barra de 30 gramas fornece 150 calorias.
AO LEITE Licor e manteiga de cacau, açúcar, leite, leite em pó ou leite condensado. Esses são alguns dos ingredientes que podem ser incluídos na receita desse chocolate, que é, aliás, creditada ao farmacêutico alemão Henri Nestlé (1814 – 1890). Calorias em 30 gramas: 159.
BRANCO Muita gente não o considera digno de ser classificado como chocolate. Isso porque as sementes de cacau não fazem parte da fórmula desse alimento. Para obter o tipo branco, a indústria se vale de uma mistura de leite, açúcar, manteiga de cacau e lecitina. São 164 calorias em 30 gramas.

Em outras línguas ninguém se refere ao sabor para falar dele, como nós, que dizemos chocolate amargo. O espanhol e o francês, por exemplo, o chamam de negro — negro e noir, respectivamente. Em inglês o alimento é denominado dark chocolate, ou chocolate escuro.


FONTES: DIETA DO VIVER BEM, DE MAURO FISBERG / VANDERLÍ MARCHIORI, NUTRICIONISTA DE SÃO PAULO/CLAUDIA PASSOS GUIMARÃES DA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O CHEFE





O que dá ao chefe o direito de mandar, não é diretamente a sua capacidade, é o mandato autenticamente recebido. Mas não cumprirá eficazmente a sua missão de chefe a bem da coletividade, sem que desenvolva em si as qualidades que o tornam digno de tal título.

O exercício do poder é a prova em que aqueles que não possuem as qualidades próprias dos chefes são encontrados em falso, e dão aos subordinados a terrível tentação de os tratar como usurpadores.

O verdadeiro chefe reconhece-se por este sinal: junto dele sente-se como que uma impressão física de força e de segurança, e que alguma coisa nos impele a segui-lo por toda a parte que ele deseja. "Far-nos-ia ir com ele até ao cabo do mundo", diziam os veteranos de Napoleão.

A fé num chefe é uma conseqüência direta da admiração e da confiança que ele inspira. Mas esta admiração e esta confiança devem, para durar, ser merecida pelas qualidades intelectuais e morais que são apanágio dos verdadeiros chefes.

O verdadeiro chefe é aquele que se admira, se ama e se segue. Admira-se: tem-se confiança nele, reconhece-se a sua competência, as suas qualidades, o seu valor, sabe-se que com ele ninguém se extraviará e que sempre se sairá bem. Ama-se: confia-se no seu desinteresse, no seu espírito de serviço, tem-se a certeza de que, para ele, cada um dos seus homens vale alguma coisa ou, melhor, é alguém e por essa razão pode contar com eles. Segue-se: a sua palavra, a sua presença, o seu olhar, a sua lembrança até, constituem outros tantos estimulantes. Com ele ou até por ele, não se teme o sacrifício ao serviço da causa que representa.

O exercício do mando é muito diferente de ostentar um emblema, de julgar-se com direito à saudação, como acontece com certas categorias de funcionários, e de, como supremo argumento, ter o direito de punir. Supõe extrema atividade, doação permanente, preocupação de realizar, gosto das responsabilidades, sincero e profundo amor dos homens, perfeita dignidade de vida (De La Porte du Theil).

Muitos chefes, revestidos dum mandato (que o uniforme ou os galões sublinham), não têm autoridade. A eficácia dos gestos do verdadeiro chefe não depende nada da sua farda. Emana da sua pessoa, do seu todo, da sua alma. Não é o desgaste da farda que tira o prestígio, mas o desgaste da alma.

O chefe deve estar presente, moralmente, em toda a parte. Esta presença moral tem uma virtude que nada poderia substituir. Mesmo quando não está presente fisicamente, sabe-se que pode vir, e o simples pensamento da sua chegada, mais ainda do que a lembrança que se tem dele, ou a esperança dum dos seus olhares, basta para ajudar os homens não só a permanecerem fiéis, mas até a superarem-se.

No chefe, o que importa é o homem. As suas qualidades de homem manifestam-se nos atos comuns da vida. É da soma de todas as pequenas coisas que nasce a autoridade do chefe.

O que faz o chefe é à vontade de atuar sobre os homens para os ajudar a valorizar-se e arrastá-los para realizações de que possam sair mais senhores de si.

Chefe é aquele que ama os seus homens sinceramente: descobrindo em cada um o que tem de melhor, e desejando a todo o custo levá-los a pôr ao serviço do conjunto as qualidades reveladas. Tal não acontecerá sem luta, porque a lei da preguiça é uma lei da natureza.

Só aquele que se deixa tocar pela realidade humana, e mergulha na imensidade da vida é digno de ser chefe. E é por falta de verdadeiros chefes que o nosso pais enfraquece.

Um homem satisfeito consigo próprio e com o que o rodeia, um homem sem a preocupação de mudar, sem o desejo de ver o mundo diferente do que é, carece de qualquer coisa essencial para se tornar um chefe: quando muito poderia ser um executor de assuntos correntes.

Ser chefe é antes de tudo, apreender as necessidades dum grupo humano relativamente à missão que tem a realizar; é coordenar os esforços de todos no mesmo sentido; é comunicar a todos a esperança de vencer, e fazer com que todos partilhem da alegria de ter vencido.

O chefe não é um domador que subjuga; nem um orgulhoso que humilha, nem um "videirinho" que foge. É um servidor cuja forma de serviço é assumir a sua parte de responsabilidade e ajudar os outros a assumir a sua.

O chefe deve ser mais atento que os outros, para ser o primeiro a ver o perigo ou a ocasião favorável; mais perspicaz, para ler melhor os dados da ação; mais seguro no critério, para os colocar no lugar próprio; mais pronto na decisão, para que a ação se desenrole ao ponto desejado; mais generoso, na aceitação dos riscos necessários, para levar cada um a assumir o seu; mais corajoso, para dominar as hesitações que o cercam; mais perseverante, para vencer o desgaste do tempo ou dos obstáculos; enfim, mais resistente à solidão ao mesmo tempo em que mais rico em irradiação humana.

Os pensamentos apresentados são citações de Gaston Courtois (L´art d´être chef)